Agata opala mosaico
Por: Carlos Lima ( Juiz CNJ / OMJ )
1- MUTAÇÃO OPALA
O factor opala é uma mutação genética recessiva e livre, reside nos autossomas e nos cromossomas sexuais.
Este factor actua na plumagem do canário ágata da seguinte forma:
- Reduzindo a Phaeomelanina quase por completo, evidenciando o lipocromo mais nítido e luminoso.
- Reduzindo a Eumelanina negra que se apresenta de cor cinzenta azulada.
- Reduzindo quase por completo a Eumelanina castanha.
A plumagem destes canários adquire uma tonalidade cinzenta azulada, devido à ausência de melanina na parte superior das penas e a concentração desta na parte inferior, produzindo o efeito de refracção da luz ( factor óptico ).
A mutação opala é de fácil reconhecimento uma vez que as penas da parte superior do dorso são mais claras do que as da parte inferior, característica que observamos nitidamente nas penas das asas ( remiges ) e cauda ( rectrizes ).
A pena dos canários que apresentam a Eumelanina negra ( Negros e Ágatas ) é sempre mais rígida.
As partes córneas ( bico – patas - unhas ) apresentam a mesma cor dos canários clássicos.
2- CANÁRIO ÁGATA OPALA
Deve apresentar uma cor cinzento azulado, um desenho bem marcado, as estrias devem ser finas, nos canários intensos e mais largas nos relvados e mosaicos, curtas, interrompidas, alinhadas, apresentando um desenho nítido na cabeça ( bem marcado ).
O lipocromo de fundo ( vermelho ou amarelo ) deve ser muito luminoso, ausência e Phaeomelanina.
O bico, as patas, dedos e unhas devem ser da cor da carne da ave.
Apresentam uma subplumagem de cor cinzento pérola e os olhos são negros.
Defeitos:
- Presença de Phaeomelanina.
- Melaninas muito oxidadas ou demasiado diluídas, falta de brilho azulado, falta de bigodes, falta de estrias na cabeça e flancos, patas – bicos – unhas escuras e o lipocromo sem brilho e luminosidade.
3- CARACTERISTICAS DO STANDARD
Deve apresentar uma redução do desenho das Eumelaninas negras que se manifestam sob uma cor cinzento azulada sobre um fundo cinzento pérola.
A combinação do canário ágata e do opala, confere à ave uma plumagem com estrias cinzento azulado sobre um fundo mais claro.
4- ACASALAMENTOS
A reprodução dos canários ágata opala, na categoria mosaico é a seguinte:
- O gene opala é recessivo e livre, devendo estar sempre presente em ambos os cromossomas, para que este se manifeste, como forma de gerar, machos e fêmeas puros ( homozigóticos ) e portadores ( heterozigóticos ).
Para obtermos um bom plantel destes canários, podemos seguir diversos caminhos, conforme as disponibilidades financeiras de cada criador.
A) O caminho mais curto e dispendioso, adquirindo diversos machos e fêmeas a um criador de renome.
O caminho mais moroso no entanto mais económico é adquirindo um bom macho ou fêmea ágata opala, com as características da raça e proceder de seguida ao acasalamento com ágatas da linha clássica ( não devem apresentar qualquer vestígio de Phaeomelanina ).
Esta opção na primeira geração, obteremos machos e fêmeas portadores do factor opala.
5- ACASALAMENTO E RESULTADOS TEORICOS
- Gene opala = O
- Gene normal = N
- Macho e fêmea opala = OO
- Macho e fêmea portadores = ON
- Macho e fêmeas normais = NN
5.1 – Acasalamentos
Macho ágata opala mosaico x fêmea ágata opala mosaico 100% ágatas opalas mosaicos machos e fêmeas.
Nota : este acasalamento é útil para conseguir uma grande quantidade de canários opalas, no entanto pode ocorrer quer a diminuição do seu tamanho, quer a diluição das melaninas.
5.2 – Macho ágata / opala mosaico x fêmea ágata opala mosaico ou vice-versa.
50% machos e fêmeas ágata opala mosaico
50% machos e fêmeas ágata / opala mosaico
Nota: este acasalamento é muito importante porque evita a degradação da pena e ao mesmo tempo a intensidade do desenho ( marcação do desenho dorsal e flancos ).
5.3 – Macho ágata / opala mosaico x fêmea ágata / opala mosaico.
25% machos e fêmeas ágata opala mosaico
50% machos e fêmeas ágata mosaico / opala
25% machos e fêmeas ágata mosaico
Nota: nos machos e fêmeas não opalas e respectivos portadores o seu reconhecimento só é possível através de futuros cruzamentos.
Os exemplares puros ( opalas ) são de qualidade superior.
Este cruzamento tem como finalidade melhorar as caracteristicas dos canários opalas e ao mesmo tempo aumentar a sua resistência genética.
1.4 – Canários para exposição
Devem apresentar:
- Uma plumagem o mais límpida possível.
- Um lipocromo brilhante intenso ( nas zonas de eleição com a mesma tonalidade ).
- Não deve apresentar remiges e rectrizes pigmentadas.
- O comportamento na gaiola de exposição deve ser dócil e tranquilo, para o juiz o poder observar em todo o seu esplendor.
- Deve apresentar um ângulo de 45 graus ( quando está no poleiro ) e que a cabeça, dorso e cauda formem uma linha recta.
- Forma o mais harmónica possível e não demasiado fino.
Este artigo é do sr. CARLOS LIMA, onde aqui deixo os meus parabéms pela qualidade . Artigo este que para mim, é fantastico. Éspéro que gostem, abraço, PEDRO NETO
Para completar ainda mais este topico, mais um artigo fantástico do sr. JOSÉ FERREIRA juiz OMJ, AR
Os criadores que pretenderem criar e seleccionar esta mutação, devem ter uma ideia muito clara do standard, especialmente em relação à acção de redução e apresentação da melanina sobre a plumagem, assim como da tabela de cruzamentos. OPALA Este carácter aparece por mutação genética, modificando a estrutura da pena e transforma os grânulos de eumelanina negra em cinza azulado, eliminando por completo a eumelanina castanha e a fhaeomelanina. Estes últimos poderão apresentar-se unicamente em alguns exemplares das séries negras e Ágatas.
O factor opala é um factor de refracção por excelência, pelo que na realidade deverá falar-se de ambos os factores (Opala e Refracção) modificarem a estrutura da pena.
Negro Opala: Existem no Branco, Amarelo, Vermelho e possibilidade do Marfim.
As características típicas são o de apresentarem um factor de redução melanica que só deverá influenciar o manto (penas principais e plumagem), deixando inalterada a característica fundamental dos negros, ou seja a completa oxidação das patas e do bico e manifestação máxima da melanina negra com tonalidade cinza azulada, desaparecendo quase por completo a estrutura fhaeomelanica, aparecendo o lipocromo de fundo extremamente luminoso, sub-plumagem cinza pérola.
Castanho Opala: Existem nas cores Branco, Amarelo, Vermelho e possibilidade do
Marfim.
As características típicas destas aves são o de o factor opala provocar o quase desaparecimento total da estrutura melanina, tanto a fhaeomelanica como a eumelanica, devendo deixar evidentes ligeiras estrias castanhas sobre um fundo oculto. O bico, patas e unhas são de cor de pele.
Ágata Opala: Existem nas cores Branco, Amarelo, Vermelho e possibilidade do Marfim.
A sobreposição do factor opala na diluição do ágata, dá origem a um canário similar ao negro opala, mas mais diluído. As melaninas no dorso, cabeça e flancos permanecem intactos, isto é da mesma forma e tamanho do ágata clássico, mas com uma tonalidade de cinza pérola azulado. O lipocromo de fundo, por ausência da fhaeomelanina, deve ser muito luminoso. O bico, patas e unhas, são cor de pela, com a sub-plumagem cor de cinza pérola azulado.
Isabel Opala: Existem nas cores Branco, Amarelo, Vermelho e possibilidade do factor
Marfim.
Nestas aves o factor Opala provoca o desaparecimento quase total das estruturas melanicas (fhaeomelanina e eumelanina castanha), fazendo parecer uma ave lipocromica, só algumas pessoas mais experientes serão capazes de distinguir alguns vestígios melanicos no manto e sub-plumagem, somente nas remiges poderá adivinhar-se alguns vestígios de fhaeomelanina.
MACHO OPALA
MACHO
NÃO OPALA
(homozigotico)
MACHO
PORTADOR DE OPALA

a) Não é aconselhável fazer este cruzamento, porque não conseguimos distinguir os portadores dos homozigoticos.
Neste cruzamento apenas devemos aproveitar os 25% de Opalas puros, dado que nos restantes, pelo mesmo motivo apresentado anteriormente, não distinguimos os portadores dos homozigoti