COLIBACILOSE

4 - A doença que mais canários mata (colibacilose)


Creio que ao iniciar este artigo não cometo erro em afirmar categoricamente que a doença que causa mais perdas dos canários recém-nascidos durante a época de criação, é a colibacilose, principalmente porque esta doença actua nos jovens canários entre os 3 e os 10 dias de vida.



Esta doença é causada por uma bactéria pequena e curta denominada Echericheia Coli ou Coli Comuni, cujo desenvolvimento é enorme e a sua resistência é extraordinária, tanto às temperaturas baixas como muito elevadas (de 1 a 40 graus). Esta bactéria tem mais de 150 pequenas variações (sorotipos) e instalam-se na mucosa intestinal.

A Colibacilose tem três formas distintas de actuação:

· Aguda

· Subaguda

· Crónica



É sobre a colibacilose aguda que vamos tratar, pois é esta forma de doença que aparece nas nossas criações de canários, e que me levou a debruçar, procurando desta forma poder contribuir para que os amantes da canaricultura em geral possam alcançar bons resultados na época reprodutiva.

A transmissão da doença pode ser de pais para filhos, já na formação do ovo ou de ave para ave. A água, fezes e alimentos podem estar contaminados e podem ser meios de contaminação. Em espaços mais pequenos e contaminados podem transmitir a doença a outras aves. Todas as aves são alvo desta doença sendo as mais debilitadas as primeiras e mais atacadas.

O primeiro sintoma visível da doença caracteriza-se, quando aparentemente os reprodutores (macho ou fêmea) pretendem alimentar os filhotes e estes não têm forças para receber os alimentos e acabam por morrer à fome. Se bem que não é verdade que seja negligencia dos pais, pois os filhotes estão afectados pela doença e não duram mais de 12 a 48 horas. Podem apresentar inflamações do aparelho respiratório (nos sacos aéreos) e principalmente no abdómen (normalmente, é possível observar manchas amareladas no interior do abdómen)

Os cadáveres dos jovens canários apresentam um aspecto congestivo, septicemio, observando-se hemorragias cutâneas que na linguagem do criador é norma dizer-se que as crias apresentam as penas do peito molhadas. É este o sintoma da colibacilose na sua forma aguda.

Assim e após alguns anos de experiências e de consultas em diversa revistas da especialidade passo a escrever o método usado nos meus canários durante as criações para combater a doença, muito embora não seja eficaz a 100% mas atenua a mortalidade e ao mesmo tempo estimula o instinto dos reprodutores em alimentar os seus filhotes

TRATAMENTO:

O melhor tratamento é a prevenção da doença. Procurar manter ao aves sempre bem alimentadas com uma alimentação rica e variada, as gaiolas e as restantes instalações sempre em boas condições de higiene, e o uso regular de pré-bioticos e pró-bioticos.

- Administrar durante os primeiros 10 dias desde o dia anterior ao seu nascimento dos jovens canários, uma associação de antibióticos misturados na papa:

Estreptomicina – Clorofenicol e Ferramicina adicionando-se vitaminas com complexo B

- Durante os primeiros 8 dias de vida dos canários, juntar na água uma pequena dose de vitaminas com complexo B, tendo em vista uma melhoria da flora intestinal.

DOSAGEM A EMPREGAR:

Utiliza-se 1g de antibiótico para cada meio litro de agua, com a qual se humedece a papa de criação ou então um 1g de antibiótico para cada 200g de papa de criação se o criador utiliza a papa seca ou húmida.



Nota: Entretanto com a evolução da canaricultura, já existem no mercado produtos devidamente preparados para combater a Colibacilose e que vem facilitar as dosagens.

Segundo os últimos estudos a fosfomicina tem-se mostrado bastante eficiente no combate a esta doença.








LIZARD CANÁRIO CLUBE DE PORTUGAL
BOLETIM INFORMATIVO Nº 8 - Dezembro 2010